qua. jun 18th, 2025

Capri diz “basta” à abordagem de turistas: nova lei municipal proíbe promoções invasivas na ilha

ByGIanna Sordili

16 de junho de 2025 , ,

Em um dos destinos mais icônicos e desejados do mundo, a ordem agora é clara: deixem os turistas em paz. A ilha de Capri, famosa por suas águas azuis, paisagens deslumbrantes e a célebre Piazzetta, deu um passo firme para proteger a experiência de seus visitantes. O prefeito Paolo Falco emitiu uma “portaria antipetulância”, uma medida rigorosa que proíbe o assédio comercial e a abordagem insistente a turistas, visando preservar a tranquilidade e a beleza que tornaram a ilha um mito global.

A nova regra é uma resposta direta a um problema crescente que ameaçava a imagem de paraíso de Capri. Lojas, bares, restaurantes e prestadores de serviços estão agora proibidos de abordar turistas para apresentar cardápios, distribuir folhetos, mapas ou qualquer tipo de material promocional. A medida busca acabar com a cena, cada vez mais comum, de visitantes sendo interceptados a cada passo, transformando um passeio relaxante em um corredor de ofertas insistentes.

As consequências para quem desrespeitar a portaria são severas: além de multas, os estabelecimentos reincidentes correm o risco de ter suas atividades suspensas por até três dias.

Um movimento contra o turismo predatório

A iniciativa do prefeito Falco não é um caso isolado, mas parte de um movimento mais amplo na Itália para combater os efeitos negativos do “overtourism” (excesso de turismo). Cidades como Roma, Florença e Veneza já implementaram regras para coibir comportamentos que degradam a experiência turística e o patrimônio local. Em Capri, onde a população de poucos milhares de habitantes vê desembarcar milhões de visitantes anualmente, a pressão sobre os serviços e o espaço público atingiu um ponto crítico, tornando a concorrência por clientes cada vez mais agressiva.

A “portaria antipetulância” visa, portanto, resgatar a civilidade e o charme da ilha, garantindo que a busca por lucro não canibalize a própria essência do destino.

Apoio imediato e forte dos consumidores

A medida foi imediatamente aplaudida pela União Nacional dos Consumidores (UNC), que, através de sua delegação na ilha, expressou “total apoio” à decisão. Em um comunicado publicado em suas redes sociais, a entidade celebrou o fim da “intermediação descontrolada, da pressão sobre os consumidores e da ocupação irregular de terras públicas”.

“É uma decisão esperada, corajosa e necessária”, declarou a UNC, ressaltando que a portaria protege cidadãos e turistas de condutas comerciais invasivas, “muitas vezes implementadas por sujeitos não autorizados que operam em total desrespeito às regras, distorcem a concorrência e enganam os consumidores”.

A organização enfatizou a urgência da medida, descrevendo um cenário de degradação. “Nos últimos anos, assistimos a uma disseminação descontrolada de comportamentos que enganam as pessoas em suas escolhas, exploram a ingenuidade dos visitantes e comprometem a dignidade do espaço público. Ocupar ilegalmente calçadas, escadarias, ruas de pedestres ou vistas históricas da ilha para colocar panfletos e promoções improvisadas é uma ofensa à legalidade e ao bem comum. Chegou a hora de dizer basta.”

Para a União dos Consumidores, a portaria transcende a simples regulação comercial. A conclusão do comunicado resume o sentimento que ecoa pela ilha: “Defender os consumidores também significa defender Capri, sua identidade, sua beleza, sua civilização. Não há proteção sem ordem, e não há ordem sem regras aplicadas com seriedade”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *