Toscana lidera turismo gastronômico e confirma força global do sabor italiano

Os números ajudam a entender o fenômeno. Em 2024, a fatia de turistas estrangeiros que viajaram motivados por experiências de comida e vinho variou de 60% no Reino Unido a 74% na França. Desde 2016, o crescimento foi expressivo, com aumento entre 15 e 28 pontos percentuais, sinal de que o turismo gastronômico se tornou uma motivação central para boa parte dos visitantes que escolhem a Itália.
A associação imediata entre o país e sua tradição culinária continua fortíssima. “Cibo e vino” é a imagem mais comum da Itália para 55% dos alemães, suíços e austríacos, além de 54% dos norte-americanos. Para Aite, isso confirma que a identidade gastronômica italiana funciona como um dos mais poderosos motores do turismo internacional.
No topo das preferências está a Toscana, reconhecida como destino enogastronômico número um em todos os mercados analisados. Estatísticas chegam a impressionar: até 69% dos franceses e norte-americanos consideram a região sua primeira escolha quando o assunto é viajar pelo sabor. O charme dos vinhedos, a força de marcas territoriais como Chianti, Montalcino, Montepulciano e Bolgheri, e a combinação entre paisagem, patrimônio e tradição culinária criam uma experiência que se tornou referência mundial.
Outras regiões italianas despontam com força. Sicília, Sardenha e Puglia aparecem logo atrás, com crescente interesse de estrangeiros em cozinhas regionais autênticas e produções vinícolas de grande personalidade. No segmento estritamente enoturístico, dois territórios se destacam. O Chianti atrai 41% dos norte-americanos, enquanto o Etna, com seus vinhos de vulcão e terroir singular, conquista 40% dos franceses.
As projeções para o futuro confirmam o cenário positivo. A intenção de viajar para a Itália nos próximos três anos é altíssima: 81% dos suíços e austríacos, 70% dos franceses e 59% dos norte-americanos consideram o país uma escolha “provável ou muito provável”. Para a Aite, “temos elementos extremamente positivos para os próximos anos”, tanto pela força do produto gastronômico italiano quanto pela consolidação da Itália como destino de experiências, não apenas de monumentos.
Para o público brasileiro, que há décadas mantém uma relação afetiva com a mesa italiana, a expansão do turismo do gosto confirma uma tendência global: a culinária não é mais apenas parte da viagem, mas muitas vezes seu motivo principal. E poucas regiões representam isso tão bem quanto a Toscana, onde cada taça e cada prato contam histórias que atravessam séculos.
