Para os italianos, os saldi di fine stagione – liquidações de fim de temporada, quando os produtos da estação que termina são vendidos a preços promocionais – são quase um ritual. Marcam o fim do verão, o retorno à rotina e, claro, a oportunidade de garimpar aquele vestido, tênis ou acessório com descontos generosos. Até pouco tempo atrás, as ruas das cidades italianas enchiam-se de gente em busca das melhores pechinchas. Hoje, porém, o cenário está mudando, e a grande vencedora é a compra online.
Em 2025, o e-commerce se confirmou como o verdadeiro protagonista dos “saldi”, com um aumento expressivo no volume de encomendas. De acordo com a Packlink, plataforma online que compara e gerencia serviços de entrega, o tráfego de envios na Itália cresceu 11% em relação ao ano passado. Um ritmo que mostra como a comodidade, a variedade e a rapidez do digital conquistaram de vez o coração (e o carrinho) dos consumidores.
Algumas categorias surpreenderam com forte crescimento. Produtos para crianças: +52,6%, música (vinis, Cd, instrumentos): +40,7%, alimentação gourmet & especialidades regionais: +27,15%. Outros setores também cresceram, mas de forma mais moderada: eletrônica (+8%) e livros & hobbies (+4%). Por outro lado, alguns segmentos perderam espaço nas compras digitais: casa & jardim (-18,61%), telefonia (-14,82%), esporte (-14,34%) e até os tradicionais moda & calçados (-7%), que costumavam ser os protagonistas absolutos das liquidações de verão.
Segundo a Packlink, esse boom digital não depende apenas da vontade de comprar, mas também da eficiência da logística. “A flexibilidade e a capacidade de garantir entregas rápidas e seguras são agora decisivas para a confiança dos consumidores”, destaca a análise. No fim das contas, os saldi italianos continuam sendo um evento aguardado, mas com um novo palco: menos vitrines, mais telas. Se antes a tradição era caminhar pelas ruas de Roma, Milão ou Florença em busca de descontos, agora a maratona acontece em poucos cliques, e o commerce parece ter conquistado, de vez, o pódio do consumo de verão.