O último domingo da Milão Fashion Week marcou um desfecho repleto de emoções, entre estreias vibrantes e o selo inconfundível de Giorgio Armani, verdadeiro protagonista do dia. Um calendário intenso que alternou jovens vozes emergentes e nomes consagrados, traçando uma trajetória clara: a moda italiana continua a viver de contaminações, experimentações e daquela elegância capaz de permanecer eterna.
Os desfiles principais
Francesca Liberatore – Abertura poética
O dia começou com o toque romântico de Francesca Liberatore: vestidos leves, estampas gráficas e transparências narraram uma feminilidade onírica, suspensa entre classicismo e modernidade.
Tokyo James – Energia global
Em sua estreia no calendário oficial milanês, Tokyo James apresentou uma coleção poderosa, na qual a alfaiataria rigorosa e a street culture africana se fundiram em um diálogo intercultural. Jaquetas estruturadas, couro brilhante e uma paleta marcante prenderam os olhares, assinando um dos momentos mais frescos do dia.
Giorgio Armani – O mestre encerra a semana
Às 19h, como manda a tradição, coube a Giorgio Armani encerrar o domingo e selar a Fashion Week. Sua coleção falou de leveza e liberdade: sedas etéreas, tons empoeirados e silhuetas que acariciam o corpo sem restringi-lo. Uma ode à graça sóbria, capaz de transformar a passarela em um oásis de calma com a passerella acompanhada da o som de um pianista após dias de frenesi.
Outros protagonistas do dia
• Hui exaltou o artesanato oriental com bordados delicados e tecidos preciosos.
• Milano Moda Graduate deu voz às novas gerações, entre experimentações cromáticas e volumes ousados.
• Calcaterra reafirmou seu léxico arquitetônico com linhas esculturais e materiais táteis.
• J. Salinas trouxe à cena um glamour jovem e despojado.
• Phan Dang Hoang seduziu com uma couture teatral de notas fabulares.
• Pierre-Louis Mascia entrelaçou padrões e estampas, transformando tecidos em obras pictóricas.
Tendências reveladas
• Leveza material: sedas, chiffon e tecidos impalpáveis dominaram.
• Alfaiataria renovada: jaquetas e conjuntos redefinidos com cortes fluidos e detalhes surpreendentes.
• Diálogo cultural: Milão confirma-se como hub global, acolhendo linguagens criativas de diferentes latitudes.
• Paleta suave: beges, tons empoeirados, neutros sofisticados alternados com toques intensos de vermelho e azul elétrico.
Atmosfera geral
O domingo respirou um ar duplo: de um lado o fervor dos jovens, que trouxeram visões frescas e corajosas; de outro, a autoridade de Armani, capaz de lembrar que a elegância mais pura permanece sempre atual. Milão confirmou-se como encruzilhada de gerações e culturas, com um final que uniu inovação e memória, pesquisa e tradição.
Conclusão
Com o cair do pano do sexto dia, a Fashion Week Mulher PE2026 olha para este domingo quem ficará marcado como o dia em que novas vozes brilharam ao lado de um mestre intemporal: sinal de que a moda, em Milão, continua sendo uma linguagem viva e universal.