sex. set 26th, 2025

Medida anti-pet em Bolzano: cães pagam taxa de estadia e de turismo: esta ‘moda’ pode pegar?

Na Itália, os pets estão virando, literalmente, assunto de Estado. A província de Bolzano, no extremo norte do país, acaba de aprovar uma medida polêmica: a criação de uma taxa de estadia para cães. A regra é clara — quem mora por lá pagará 100 euros por ano para manter seu cachorro, com isenção apenas nos dois primeiros anos caso o dono registre o DNA do animal. Já os turistas terão de desembolsar 1,5 euro por dia por cão, como se fossem hóspedes de hotel.

A ideia, segundo o jornal Dolomiten, é parte da campanha local contra tutores que deixam as ruas cheias de dejetos. Aprovada pelo assessor provincial Luis Walcher, a medida deve entrar em vigor em 2026. A arrecadação será destinada à limpeza urbana e à criação de áreas exclusivas para cães.

Não é a primeira vez que a região tenta algo parecido. No passado, Bolzano chegou a cogitar um sistema de rastreamento genético para identificar os donos que não recolhiam a sujeira dos animais — mas a iniciativa fracassou. Agora, o “golpe no bolso” parece ser a estratégia escolhida. Vale lembrar que a taxa canina na Itália havia sido abolida há 16 anos, considerada inconstitucional, mas Bolzano resolveu retomar o debate.

Bolzano não está sozinha nessa onda. Cidades italianas como Verona e Parma já discutiram, no passado, taxas e regulamentos específicos para cães, sempre com a mesma justificativa: manter a cidade limpa e diminuir os gastos públicos com a manutenção das ruas. Em Milão, por exemplo, há regras rígidas sobre coleiras e áreas de passeio, e multas pesadas para quem não recolhe os dejetos.

Na Alemanha e na Suíça, taxas anuais para cães já são uma realidade consolidada há décadas. O valor varia de acordo com o tamanho do animal e, em algumas cidades, até com a raça. O dinheiro arrecadado geralmente é revertido em infraestrutura urbana, áreas verdes e campanhas de conscientização.

E no Brasil?
Por aqui, ainda não existem taxas diretas sobre cães, mas alguns municípios têm buscado soluções criativas para lidar com a convivência urbana entre humanos e pets. Em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, a aposta tem sido em campanhas educativas e em áreas públicas dedicadas, como os populares “parcões”. Em Balneário Camboriú, no litoral catarinense, a prefeitura chegou a testar regras de horário para circulação de cães na praia, gerando intenso debate entre tutores e moradores.

A pergunta que fica é: será que medidas como a de Bolzano teriam espaço no Brasil? Por um lado, a ideia pode soar radical e até punitiva. Por outro, a limpeza das cidades e a convivência entre cidadãos é um problema real — e quem convive diariamente com calçadas “minadas” sabe bem disso.

No fim das contas, a discussão toca num ponto sensível: quem deve pagar pela sujeira dos animais, o tutor ou a coletividade? Bolzano já deu a sua resposta.

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