sex. ago 8th, 2025

Entre o mito e o mar: Uma viagem pelos sabores de Taormina

Taormina não é apenas uma cidade; é um cenário. Como um palco de teatro grego onde a natureza e a história se encontram, cada rua, cada beco e cada mirante oferece uma vista espetacular. Mas o que acontece quando a beleza do panorama se une à riqueza de uma culinária ancestral e, ao mesmo tempo, inovadora? O resultado é uma experiência que transcende o simples ato de comer. Aqui, em Taormina, a gastronomia se torna um espetáculo, e a mesa, o camarote mais privilegiado.

Esqueça o guia tradicional. Para entender a essência dos jantares com vista para o mar em Taormina, é preciso enxergá-los como atos de uma peça. A culinária siciliana, com suas influências mediterrâneas, é a protagonista que narra a história da ilha, enquanto chefs renomados atuam como diretores, reinterpretando as receitas com um toque contemporâneo e cosmopolita.

Ato I: A sinfonia à beira-mar

A peça começa na areia. No Brizza, do prestigiado Villa Sant’Andrea, a linha que separa o mar da mesa quase desaparece. O chef Agostino D’Angelo orquestra um menu degustação que é um hino aos sabores do mar, enquanto os clientes jantam com os pés (metaforicamente) na água. É uma experiência tão íntima e romântica que o termo “jantar à beira-mar” parece insuficiente.

Subindo a encosta, a peça ganha ares de tradição no Da Giovanni. Com uma vista inestimável para a Isola Bella, este restaurante familiar desde 1973 é a prova de que a simplicidade e a autenticidade são os melhores temperos. Aqui, os frutos do mar recém pescados e os clássicos sicilianos, como a massa alla norma, contam a história de gerações, em um cenário que emociona pela sua naturalidade.

Ato II: O luxo da criação

Taormina também é palco para o luxo e a inovação. No La Capinera, o chef Pietro D’Agostino, que viajou o mundo, regressou para reinventar a cozinha de sua terra natal. Seu terraço, longe do burburinho, oferece uma vista tão espetacular que o mar parece tocar a ponta dos dedos. Com ingredientes Slow Food, ele cria pratos que são obras de arte, como o tagliolini al cacao com camarões vermelhos.

A peça atinge seu clímax em restaurantes de hotéis históricos. No Otto Geleng, dentro do Belmond Grand Hotel Timeo, a vista do Teatro Antigo é um quadro vivo, homenageando o pintor alemão que se apaixonou pela cidade. O chef Roberto Toro usa a Sicília como sua paleta, transformando ingredientes locais em pratos inovadores.

No Principe Cerami, do elegante Four Seasons San Domenico Palace, o experiente chef Massimo Mantarro celebra o Monte Etna, visível ao longe. Sua criação, o espaguete artesanal “Monte Etna”, é um vulcão de sabores em uma só garfada, combinando cogumelos, funcho selvagem e ricota.

Ato III: A cena contemporânea e os toques especiais

A peça se completa com notas de modernidade. O Louis Vuitton Bar, por exemplo, não é apenas um bar: é um manifesto de estilo. No topo de uma boutique histórica, oferece coquetéis exclusivos e uma vista deslumbrante, harmonizando alta costura com alta gastronomia.

Em meio a essa tapeçaria de sabores e vistas, restaurantes como o St. George by Heinz Beck e o Blum se destacam por sua fusão de tradição e técnica internacional. Do terraço exuberante do primeiro, com vista para o Estreito de Messina, ao deck de vidro do segundo, que remove qualquer barreira entre o cliente e o mar, a experiência é uma celebração da alta gastronomia com um toque de ousadia.

E então vem o silêncio. A pausa antes do aplauso. Os sabores se dissolvem na língua como constelações na noite. E você percebe: em Taormina não é apenas um lugar para comer, é um destino para saborear. É onde a culinária é uma forma de arte, a vista é um espetáculo inesquecível e cada refeição se torna uma memória para a vida toda.

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