qua. out 1st, 2025

As embaixadas desaparecidas, quando os Estados rompiam com o Vaticano

O Vaticano é hoje um dos centros diplomáticos mais ativos do planeta, com mais de 180 Estados mantendo relações oficiais com a Santa Sé. Mas nem sempre foi assim. A história registra casos de embaixadas desaparecidas, países que em algum momento tiveram um representante credenciado junto ao Papa e que, por razões políticas ou ideológicas, interromperam os laços.

Um dos episódios mais conhecidos diz respeito à França revolucionária: no fim do século XVIII, o novo regime rompeu com Roma, considerada expressão do ancien régime. Somente com Napoleão e depois com a Restauração as relações foram retomadas.

No século XX, outros casos se multiplicaram. Após a revolução bolchevique de 1917, a Rússia cortou todo contato com o Vaticano, acusado de representar um poder “contrarrevolucionário”. Durante décadas, a União Soviética não teve qualquer embaixador em Roma. Situação semelhante ocorreu na China, onde a fundação da República Popular em 1949 levou à ruptura: a embaixada junto à Santa Sé desapareceu, e desde então a questão permanece em aberto.

Há também casos menos conhecidos. Estados africanos e latino-americanos, em momentos de tensão política ou de golpes de Estado, suspenderam temporariamente as relações, fechando legações e embaixadas. Às vezes por anos, outras apenas por períodos breves.

Hoje, muitas dessas “ausências” foram resolvidas, mas as embaixadas desaparecidas continuam sendo uma página significativa da história diplomática vaticana. Elas lembram que o diálogo entre fé e política nunca foi linear e que até o menor dos Estados viveu, ao longo do tempo, rupturas e reconciliações que marcaram a cena mundial.

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