A relação econômica entre Itália e Brasil evolui para uma fase mais estruturada, baseada em integração industrial, sustentabilidade e investimentos conjuntos. É o que emerge do LIDE Brasil–Itália Fórum, realizado no Grand Hotel Excelsior, que por um dia inteiro reuniu instituições, empresas, associações e formuladores de políticas dos dois países.
A abertura dos trabalhos, dedicada às perspectivas econômicas do acordo UE–Mercosul, destacou as oportunidades ligadas à liberalização do comércio e à construção de novas cadeias produtivas euro-latino-americanas. Entre os palestrantes: Eduardo Gomes, Francesco Rocca, Giacomo Guarnera, Gilmar Mendes, Hugo Motta, João Doria, João Doria Neto, Luca Beccari, Luiz Fernando Furlan, Marco Nocivelli, Michel Temer e Renato Mosca.
Sustentabilidade e clima: competitividade e novas cadeias produtivas
O primeiro painel, dedicado à sustentabilidade e à contribuição das empresas para o controle climático, evidenciou a necessidade de padrões comuns e de investimentos direcionados. Participaram, entre outros, Angelo Deiana, Antonella Cavallari, Giacomo Guarnera, João Doria Neto, Kennedy Alencar, Paolo Conta, Ricardo Barros e Weverton Rocha.
A mensagem compartilhada: a sustentabilidade tornou-se um diferencial competitivo, com efeitos diretos nas escolhas industriais e nos investimentos.
Transição energética e minerais estratégicos: o dossiê industrial
O Painel 2, dedicado à transição energética e aos minerais críticos, aprofundou as possibilidades de cooperação em tecnologias verdes, hidrogênio, energias renováveis e cadeias de suprimentos de materiais estratégicos.
Entre os participantes: Giacomo Guarnera, Hélio Costa, Jaime Verruck, Jean Paul Prates, João Doria Neto, Riccardo Pozzi, Roberto Gianetti da Fonseca e Tommaso Cassata.
O Brasil se apresenta como fornecedor estável de recursos e plataforma produtiva; a Itália, como parceira tecnológica e industrial.
Agronegócio e segurança alimentar: um eixo complementar
O Painel 3 analisou o papel do Brasil na agroindústria global e as oportunidades de colaboração com a Itália nos processos de transformação, certificação e logística.
Entre os palestrantes: Cleber Soares, Francesco Lollobrigida, Francisco Matturro, Gervásio Maia, Giacomo Guarnera, Guglielmo Auricchio, João Doria Neto, José Batista Júnior, Kátia Abreu e Sérgio Longen.
A segurança alimentar é interpretada como fronteira estratégica e terreno para possíveis joint ventures industriais.
Investimentos e parcerias: a atratividade do Brasil
O Painel 4, focado nas condições de atratividade do Brasil para investidores estrangeiros, ofereceu uma leitura macroeconômica do país: relativa estabilidade fiscal, reformas em andamento, demanda interna, política industrial e turismo.
Entre os participantes estavam Daniella Ribeiro, Eduardo Gomes, Efraim Filho, Elena Lorenzini, Fabio Porta, Giacomo Guarnera, Giulio Tremonti, João Doria Neto, Magno Maciel e Matteo Zoppas.
Evidenciou-se a necessidade de instrumentos financeiros específicos e de uma governança bilateral mais robusta para estimular fluxos de capital e projetos conjuntos.
Uma agenda econômica mais integrada
O encerramento dos trabalhos, conduzido por Giacomo Guarnera, idealizador do evento, Hugo Motta e João Doria, reforçou o objetivo de transformar a cooperação Itália–Brasil em uma agenda operacional: infraestruturas compartilhadas, investimentos verdes, intercâmbios tecnológicos, cadeias agrícolas integradas e projetos energéticos bilaterais.
Assim, o fórum confirma uma tendência: Itália e Brasil são economias complementares, com margens de expansão nos setores de energia, agroalimentar, indústria 4.0, turismo e logística. O desafio agora passa para a execução dos projetos, com envolvimento cada vez mais direto do setor privado.

