A chegada do kiwi vermelho italiano ao mercado brasileiro marca um passo interessante na evolução das frutas de nicho. O fruto, caracterizado pela polpa vermelho-rubi e por um perfil aromático mais doce do que as variedades tradicionais, é o resultado de anos de seleção varietal e de um trabalho agronômico específico. Na Itália, sua difusão ainda é limitada, mas nos últimos anos tem despertado o interesse de produtores e pesquisadores por seu potencial comercial e sensorial.
Entre os que apostaram no cultivo dessa tipologia está a O.P. Orizzonte, cooperativa do sul da Itália que introduziu o kiwi vermelho para diversificar a produção e atender ao crescente interesse internacional por frutas “specialty”.
Como nasce esse fruto?
O kiwi vermelho não é uma simples adaptação das variedades verdes ou amarelas: ele pertence a linhas genéticas selecionadas para garantir cor, elevado teor de açúcar e presença de antocianinas. Exige um manejo agronômico específico, cuidados precisos com a planta e uma cadeia de frio mais rigorosa, pois sua capacidade de conservação é geralmente menor do que a de outras espécies de actinídia.
Justamente por sua delicadeza, o sucesso comercial depende muito da capacidade de manter qualidade e integridade durante o transporte — um ponto crucial quando o destino está tão distante quanto a América do Sul.
A entrada do kiwi vermelho no Brasil, portanto, é parte de um fenômeno mais amplo: a exploração de nichos frutícolas de alto valor agregado e a busca por mercados dispostos a reconhecer essa qualidade. Resta entender como o público brasileiro receberá esse fruto inédito e se ele conseguirá conquistar seu próprio espaço em um cenário competitivo e em constante transformação.

