ter. nov 25th, 2025


Quando a culinária vira patrimônio Unesco: impacto no turismo italiano pode chegar a 18 milhões de presenças

A Itália está prestes a viver um momento decisivo. Se a cozinha italiana for reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco – decisão esperada entre 8 e 13 de dezembro, em Nova Délhi – o efeito poderá ser imediato: mais turistas, mais receita e um salto de visibilidade global sem precedentes.

Estudos da Fiepet Confesercenti indicam que o reconhecimento pode gerar entre 6% e 8% de aumento nas presenças turísticas nos primeiros anos, estabilizando depois em 2% a 3%. Em dois anos, isso significaria até 18 milhões de visitantes adicionais, atraídos pela força simbólica e cultural da gastronomia italiana.

Além do boom turístico, a lista de benefícios é longa. A dieta mediterrânea ganharia novo impulso internacional e a valorização dos territórios onde nascem as grandes excelências – vinhos, queijos, azeites, produtos Dop – se intensificaria. A demanda por alimentação saudável e por experiências enogastronômicas aumentaria, ampliando também o potencial de exportação do setor agroalimentar.

Mas para transformar a oportunidade em desenvolvimento real, será preciso visão estratégica. A Confesercenti alerta para a necessidade de simplificação administrativa, incentivos aos investimentos e formação profissional qualificada. Hoje, metade dos restaurantes italianos tem dificuldade para encontrar mão de obra capacitada, e a inclusão de trabalhadores estrangeiros é cada vez mais essencial.

O cenário se torna ainda mais promissor diante dos números já robustos. Somente em 2024, os turistas estrangeiros gastaram 12,08 bilhões de euros em restaurantes, bares e serviços de alimentação, alta de 7,5%. Para 2025, a previsão chega a 12,68 bilhões. A força do turismo enogastronômico também impressiona: 9 bilhões de euros em gastos diretos, confirmando que comer bem é um dos principais motivos que levam viajantes a escolher a Itália.

Se a cozinha italiana conquistar o selo Unesco, não será apenas uma honra cultural. Será um motor poderoso de competitividade, identidade e desenvolvimento. E para quem ama a Itália – brasileiros incluídos – será mais uma razão para voltar à terra onde a mesa é sempre um convite à convivência, à história e ao prazer.

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