seg. nov 17th, 2025

Italianos cada vez mais velhos: adolescentes já são apenas 1 em cada 15

A Itália recebeu mais um alerta sobre o rápido envelhecimento de sua população e os riscos que isso representa para o futuro econômico e social do país. Segundo a nova edição do Atlante dell’Infanzia a Rischio, da Save the Children, apenas 6,86% dos italianos têm entre 13 e 19 anos. Em números absolutos, são pouco mais de 4 milhões de adolescentes em 2024. Para efeito de comparação, 1 em cada 4 italianos tem mais de 65 anos
Trinta anos atrás, o cenário era muito diferente: em 1983 a Itália tinha mais de 6,5 milhões de adolescentes, representando 11,6% da população. E a tendência é de queda contínua. As projeções indicam que, em 2030, os adolescentes serão 3,7 milhões e cairão para menos de 3 milhões em 2050. Mesmo com diferenças regionais moderadas, Ligúria, Molise e Sardenha já registram as menores proporções de jovens, enquanto a Campânia e o Alto Ádige lideram com as maiores.

O envelhecimento demográfico se reflete também na estrutura das famílias. Cresce o número de filhos únicos, que já representam 22% dos adolescentes, e quase um em cada quatro jovens vive com apenas um dos pais. Esses núcleos são justamente os mais expostos ao risco de pobreza e exclusão social. No total, 26,1% dos adolescentes entre 11 e 15 anos vivem em situação de vulnerabilidade, com grandes desigualdades entre Norte e Sul do país. A pobreza alimentar atinge 5,2% dos jovens, enquanto 8,2% vivem em pobreza energética, incapazes de aquecer adequadamente suas casas.

A escola espelha essas fragilidades. A chamada “dispensão implícita” no fim do ensino médio chega a 8,7% e dispara para quase 23% nos institutos profissionais. Entre os jovens de 18 a 24 anos que abandonam totalmente os estudos, a taxa é de 9,8% — um progresso em relação aos anos anteriores, mas ainda marcada por fortes diferenças regionais, com a Sicília no topo.

Outro desafio relevante é a integração dos estudantes de origem estrangeira, que representam 12,2% dos matriculados nas escolas italianas. Porém, apenas 8,6% chegam ao ensino médio e uma parte significativa abandona antes de concluir o ciclo. Nos liceus, apenas 4,1% dos diplomados têm cidadania não italiana.

O quadro traçado por Save the Children confirma uma tendência já conhecida: a Itália está se tornando rapidamente um país com poucos jovens e muitos idosos. Isso pressiona serviços públicos, reduz a força de trabalho futura e coloca em risco a sustentabilidade do sistema social nos próximos anos.

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