A publicação internacional Taste Atlas, conhecida por mapear sabores tradicionais do planeta, divulgou a lista dos dez melhores licores de ervas. O levantamento reúne histórias centenárias, receitas guardadas em segredo e rótulos que se tornaram símbolos culturais de seus países.
No ranking, a Itália aparece em peso com cinco representantes, reforçando seu papel como referência mundial quando o assunto é licor.
Os destaques do ranking
Goldwasser – Polônia
Criado no final do século XVI, em Gdansk, é famoso pelas finas partículas de ouro que flutuam na bebida. Elaborado com 20 ervas e raízes, oferece notas de canela, alcaçuz e hortelã.
Averna – Sicília, Itália
Um dos amargos mais populares da península, surgiu em 1868 e é produzido a partir de dezenas de botânicos combinados com óleos essenciais de limões amargos. Sua fórmula exata nunca foi revelada.
Amargo Ombrero – Argentina
Nascido em Rosario em 1887, tornou-se o licor da classe trabalhadora. Com teor alcoólico em torno de 19%, é tradicionalmente misturado a tônica, refrigerante ou suco de grapefruit para suavizar o amargor.
Chartreuse – França
A receita chegou aos monges cartuxos no século XVIII em forma de manuscrito enigmático. Hoje, a bebida é feita com cerca de 130 ervas diferentes e aparece em duas versões: verde, mais intensa, e amarela, mais suave.
Strega – Campânia, Itália
Criado em Benevento, cidade associada a lendas de bruxas, reúne mais de 70 ervas aromáticas. Além de ícone cultural, dá nome a um dos prêmios literários mais prestigiados da Itália.
Tentura – Grécia
Especialidade típica da cidade de Patras, é feita com conhaque ou rum infusionado com canela, cravo, noz-moscada e frutas cítricas. De sabor quente e adocicado, pode ser servida pura, com gelo ou em coquetéis.
Amaro Lucano – Basilicata, Itália
Criado em 1894 por Pasquale Vena, traz mais de 30 ingredientes na composição. Tornou-se célebre ao receber o título de fornecedor oficial da Casa de Savoia, honra que ainda estampa seu rótulo.
Amaro Bràulio – Lombardia, Itália
Produzido em Bormio desde 1875, combina ervas e raízes alpinas e passa dois anos maturando em barris de carvalho. O resultado é um amargo de coloração âmbar, com notas herbais e especiadas.
Amaro Montenegro – Emilia-Romagna, Itália
Criado em 1885, é um dos licores mais exportados da Itália. A receita combina 40 botânicos de várias partes do mundo. O nome é uma homenagem à princesa Elena de Montenegro, esposa do rei Vittorio Emanuele III.
Ratafia Catalã – Espanha
Tradicional da Catalunha, é preparada com nozes verdes, frutas e ervas aromáticas, envelhecendo em barris de carvalho. Seu consumo está ligado às festividades de São João.
Tradição italiana em evidência
Com Averna, Strega, Lucano, Bràulio e Montenegro, a Itália aparece como a grande vencedora simbólica da lista. Cada rótulo traz consigo não apenas sabores complexos, mas também séculos de história e tradição regional, mostrando por que o país segue sendo referência quando o assunto é licor de ervas.

