O café é tão presente na vida dos italianos que metade deles acha que tem cafezais no país. E hoje é o dia pra rir disso

Se existe um país que leva o café a sério, esse país é a Itália. A bebida é tão presente e é uma tão forte certeza na vida dos italianos que quase metade deles (44,1%) acha até que o café é cultivado na própria Itália, e outros 20,5% pensam até que essas plantações são “relevantes”.

Esses dados curiosos surgem de uma pesquisa da AstraRicerche para o Comitê Italiano do Café , apresentada em Roma em evento realizado em colaboração com a Embaixada do Brasil. A pesquisa foi divulgada às vésperas do Dia Internacional do Café, 1º de outubro, e mostra como os italianos amam a bebida, mas tropeçam na “prova de geografia do café”.

Quando o assunto é mapa da produção, os italianos acertam só em parte. Sete em cada dez sabem que o Brasil é o maior produtor do mundo, e mais da metade lembra também da Colômbia. Já Vietnã e Indonésia, que disputam o pódio global, quase não aparecem nas respostas.

Mas, se na geografia falta um pouco de estudo, na paixão sobra entusiasmo: 97,7% dos italianos bebem café, e 71% fazem isso todos os dias. O expresso continua sendo o orgulho nacional, eleito como a forma favorita de preparo por mais da metade dos entrevistados. Só que a velha moka – aquela cafeteira de alumínio que chia no fogão – está voltando à moda, depois de anos de esquecimento.

A verdade é que o café conecta Brasil e Itália em um elo delicioso. O Brasil exporta para mais de 120 países e abastece grande parte das torrefações italianas. A Itália, por sua vez, não tem grandes plantações, mas foi lá que nasceram alguns dos métodos mais icônicos de preparo, do expresso à moka.

E enquanto no Brasil o coado continua sendo o grande clássico do dia a dia, na Itália a regra é beber o expresso em pé no balcão do bar, quase como um gesto de identidade nacional. Dois estilos diferentes, mas igualmente apaixonados.

O termo “espresso” vem do italiano esprimere, que significa “extrair sob pressão”. Já o café brasileiro atravessa séculos de história, das primeiras plantações no Vale do Paraíba ao protagonismo atual de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. E, se os italianos acreditam que cultivam café em casa, os brasileiros têm certeza de que sem o café não existe casa – nem conversa, nem encontro.

Neste Dia Internacional do Café, não importa se a sua escolha é o coado brasileiro, o expresso italiano ou a moka que voltou a brilhar nas cozinhas: o importante é levantar a xícara e brindar. Porque, no fim das contas, o café é isso – um ritual universal que atravessa culturas, gerações e fronteiras, sempre com um sabor de encontro.