O italiano pode não estar entre os idiomas mais falados do mundo — ocupa a 21ª posição, com “apenas” 63 milhões de falantes — mas é como aquele amigo charmoso que chega atrasado na festa e, ainda assim, rouba a cena. Seja na ópera, na moda, na gastronomia ou até no jeito de falar com as mãos, o italiano é muito mais do que um idioma: é praticamente um patrimônio mundial do estilo.
1. Origem no latim… mas o “popular”
Nada de latim clássico, aquele dos filósofos sérios e frases de efeito que ninguém entende. O italiano nasceu do latim vulgar, falado por soldados, camponeses e, provavelmente, por gente que não tinha tempo para declamar em versos. Dante Alighieri, o pai da língua italiana, foi o grande defensor de usar esse “vulgar” como língua literária.
2. Não é só na Itália!
Se você pensava que o italiano era exclusivo da bota mais famosa do mapa, surpresa: ele também é língua oficial no Vaticano, em San Marino, no Cantão Ticino (Suíça) e até na Ordem de Malta (sim, eles também falam italiano entre um passaporte diplomático e outro). Sem falar nas comunidades espalhadas pelo mundo, do sul da Croácia a pedacinhos do Brasil.
3. Os primeiros textos em italiano
A disputa é acirrada: alguns dizem que o primeiro documento é o Placito Capuano de 960; outros defendem uma inscrição nas catacumbas de Commodilla, que aconselhava não “revelar segredos em voz alta”. Resumindo: os italianos já estavam preocupados com fofoca desde a Idade Média.
4. Todo mundo quer aprender
O italiano é a quarta língua mais estudada do mundo. E não é só por causa do “ti amo” ou das músicas românticas. A BBC garante que é relativamente fácil de aprender: escreve-se como se fala, a pronúncia é clara e ainda por cima ajuda a entender espanhol, francês e português. (Claro, até descobrir que “burro” em italiano significa “manteiga”… aí a confusão está feita.)
5. Uma torre de Babel chamada Itália
Esqueça a ideia de que na Itália todo mundo fala o mesmo italiano. O país tem uma diversidade linguística impressionante: são 31 idiomas diferentes ainda vivos, segundo a UNESCO, e 12 minoritários oficialmente reconhecidos. Do sardo ao friulano, do ladino ao occitano, cada região tem seu jeito de falar — o que significa que você pode atravessar 200 km e se sentir em outro país.
Moral da história
Aprender italiano não é só abrir portas para a cultura, a música e a gastronomia. É também entrar em um universo cheio de histórias curiosas, sotaques únicos e, claro, aquela musicalidade que faz até uma bronca soar como poesia.