Itália vive boom de novos negócios, com destaque para turismo e serviços

O espírito empreendedor segue em alta na Itália: desde 2023, o país ganhou mais de 100 mil novas empresas, segundo o último relatório da Cribis baseado em dados da Unioncamere. Foram abertas 793.872 companhias, contra 677.131 encerramentos no mesmo período. O saldo positivo reforça a vitalidade de um mercado que, mesmo enfrentando desafios globais, encontra novas oportunidades em setores estratégicos.

As regiões mais dinâmicas continuam sendo Lombardia, Campania e Lazio, enquanto o Sul e as Ilhas concentram mais de 30% das novas empresas, confirmando o papel crescente do Mezzogiorno no cenário econômico.

No recorte setorial, os serviços comerciais lideram (16,7% das aberturas), seguidos por instaladores (11,7%) e restaurantes (7%). O turismo mostra força especial: hotéis tiveram crescimento acima de 18% em 2024, acompanhados pelos investimentos financeiros, que subiram 17,2%. Uma tendência que aponta para um país cada vez mais voltado a serviços, hospitalidade e novas formas de investimento.

Nem tudo, porém, é expansão. Mais de 677 mil empresas fecharam as portas, embora a maioria não por falência, mas por escolhas pessoais como aposentadoria, sucessões familiares ou fusões. Interessante notar que cerca de um terço das companhias italianas não chega a cinco anos de vida, reflexo das dificuldades de consolidar negócios em um ambiente competitivo.

Para o brasileiro que acompanha a cena europeia, esse movimento é inspirador. A Itália reafirma sua tradição de pequenas e médias empresas como motor da economia, mas agora com um olhar atento ao turismo e ao mercado financeiro — dois segmentos que também conversam diretamente com a realidade do Brasil. Afinal, tanto aqui quanto lá, abrir uma empresa não é só estatística: é sonho, risco e aposta no futuro.