Milão se prepara para receber a partir desta terça-feira (23) mais uma vez a cena mundial da moda feminina com a Fashion Week primavera/verão 2026, uma edição aguardada não apenas pelas coleções que virão, mas também pelos significados que este ano assumem a memória, a transição criativa e o futuro do sistema da moda italiana.
O legado de Giorgio Armani
O falecimento de Giorgio Armani em 4 de setembro passado dá a esta edição um tom particular. Não se trata apenas de um momento de despedida, mas também de um tributo: pela primeira vez a semana milanesa homenageia de forma consciente a figura do estilista, através de suas últimas criações – Emporio Armani e Giorgio Armani apresentarão as coleções femininas, esta última no domingo, 28 de setembro. O aniversário de 50 anos da marca Armani acrescenta ainda um nível adicional de peso simbólico.
As grandes estreias e mudanças de direção
Um fio narrativo forte será dado pelos novos diretores criativos e pelas estreias das marcas:
• Demna assina sua primeira coleção para a Gucci, apresentada em 23 de setembro, não na passarela, mas como evento privado.
• Louise Trotter é a nova diretora criativa da Bottega Veneta; Simone Bellotti assume a direção da Jil Sander.
• A Versace também muda de pele sob a liderança de Dario Vitale.
Essas mudanças não são ornamentais, mas anúncios de novas visões estilísticas, que prometem impacto nas silhuetas, nos materiais, na estética e talvez em um modelo mais consciente do papel do designer no contexto global.
Números, formato e calendário
Esta edição será robusta: nada menos que 171 compromissos, incluindo 54 desfiles físicos, 4 digitais, mais de 80 apresentações e dezenas de eventos paralelos.
O calendário físico de Milão continuará a ter seu papel central, mas com uma integração digital ampliada, para alcançar um público global.
Os temas que provavelmente dominarão a semana
Com base em tendências recentes e antecipações, alguns temas chave para observar com atenção:
• Sustentabilidade: materiais regenerados, práticas produtivas éticas, valorização dos fios locais. O tema já não é acessório, mas parte integrante da narrativa estilística.
• Inclusividade: não apenas na escolha de modelos e tamanhos, mas também nos valores culturais expressos: cooperação, multiculturalismo, referências globais.
• Arquivos, memória, heritage: não apenas com homenagens diretas (como no caso de Armani), mas também com releituras de códigos históricos, estampas, cortes e referências estéticas que olham para o passado a fim de se projetar no futuro.
• Inovação digital / hibridização físico-digital: desfiles virtuais, apresentações exclusivas, transmissões em streaming, mas também momentos experienciais ao vivo que trazem performatividade e envolvimento direto.
O que acontece amanhã no primeiro dia de desfiles
O dia 23 de setembro (terça-feira) marca a abertura oficial da MFW Feminina PV 2026:
• Abertura com o Fashion Hub CNMI, espaço dedicado a novos talentos para dar visibilidade, networking e colaborações.
• Desfiles já de alto perfil: Diesel, Dhruv Kapoor, Alberta Ferretti, Iceberg e Gucci (mesmo que em formato de evento privado para Demna).
Este dia será significativo também pelo tom emocional: o início de uma semana que, mais do que muitas outras, estará carregada de reflexões sobre o passado, o presente criativo e os desafios que aguardam o setor.
Por que será uma edição imperdível
Esta Milano Fashion Week não é apenas uma ocasião para descobrir o que vestiremos na próxima primavera/verão: é um ponto de virada. Teremos momentos de homenagem e comemoração, mas também de impulso rumo a novas direções criativas. É uma passagem geracional, de estilo, de liderança e talvez até de paradigmas na moda italiana.
Fique ligado porque o Jornal Italia acompanhará esta semana e trará todas as novidades!