qui. jul 3rd, 2025

Identidade eletrônica será obrigatória para viagens a partir de 2026

A contagem regressiva para os viajantes italianos já começou: a partir de 3 de agosto de 2026, o tradicional documento de identidade em papel não será mais aceito para viagens ao exterior, independentemente da data de validade impressa no documento. Esta mudança significativa é uma imposição do Regulamento Europeu (UE) 2019/1157, que estabelece padrões de segurança mais rigorosos para os documentos de identificação em toda a União Europeia, visando fortalecer a segurança das fronteiras e a facilitação de viagens.

O cerne da questão reside na ausência da Zona de Leitura por Máquina (MRZ) no documento de identidade em papel. A MRZ é uma área de leitura óptica, composta por três linhas codificadas com dados pessoais, essencial para a leitura automática por sistemas de controle de fronteiras. A legislação europeia exige essas características, que os antigos documentos de papel italianos não podem garantir. Embora o regulamento estipule que todos os documentos de identidade europeus devem estar em conformidade até 3 de agosto de 2031, a falta da MRZ nos documentos em papel italianos antecipa sua invalidade para expatriação em cinco anos.

Por outro lado, o Documento de Identidade Eletrônico (CIE – Carta d’Identità Elettronica) já está plenamente alinhado com as exigências da União Europeia. Equipado com um microchip que contém dados pessoais e biométricos, o CIE oferece a segurança e a capacidade de leitura óptica necessárias, tornando-se o passaporte para a mobilização internacional dos cidadãos italianos.

Como solicitar o CIE: Guia prático para cidadãos

Para evitar longas esperas e complicações burocráticas conforme a data limite se aproxima, as autoridades italianas incentivam os cidadãos a solicitar o novo documento com antecedência. O procedimento é claro e pode ser realizado tanto na Itália quanto no exterior:

  1. Agendamento Prévio: A solicitação exige agendamento prévio no cartório (Ufficio Anagrafe) do seu município de residência ou domicílio na Itália, ou no Consulado italiano competente se você for residente no exterior.
  2. Documentos Necessários:
    • Uma foto recente em formato passaporte, impressa em papel.
    • O documento de identidade em papel (se possuir) ou outro documento de identificação válido em caso de roubo ou perda.
    • O Código Tributário (Codice Fiscale).
  3. Para Menores: Se a solicitação for para um menor e se desejar validade para viagens ao exterior, é obrigatória a presença do menor e de ambos os pais, cada um com seu próprio documento de identificação.
  4. Coleta de Impressões Digitais: No momento da solicitação, o operador municipal fará a coleta das impressões digitais do requerente.
  5. Custo: A emissão do CIE tem um custo de 16,79 euros, acrescido de taxas fixas e de secretaria, se aplicável.
  6. Entrega: O novo documento é entregue no endereço indicado pelo cidadão no prazo de seis dias úteis após a solicitação. É importante notar que uma partida iminente para viagens de lazer (tanto na Itália quanto no exterior) não é considerada motivo de urgência para a emissão do CIE.

O impacto no cenário da identidade digital

A transição para o CIE não se limita apenas à segurança em viagens. Ela também terá um impacto significativo na esfera da identidade digital na Itália. Todos os cidadãos italianos que possuírem o novo cartão poderão acessar os serviços online da administração pública utilizando as credenciais do CieID. Considerado mais seguro e avançado que o sistema SPID (Sistema Pubblico di Identità Digitale), o CieID representa um avanço na simplificação e na proteção do acesso aos serviços digitais públicos. Este movimento é um passo importante para a modernização da administração pública italiana e sua conformidade com os padrões europeus de segurança digital.

Perspectivas futuras

Estimativas indicam que, até 3 de agosto de 2026, cerca de 5 milhões de documentos de identidade em papel ainda estarão em circulação, afetando aproximadamente 8% da população italiana. A maioria desses documentos pertence a moradores de pequenos municípios, que tiveram acesso à emissão do CIE mais tarde, a partir de 2016. A necessidade de antecipar a troca é evidente para evitar congestionamentos nos escritórios e garantir que todos os cidadãos estejam em conformidade com as novas regras europeias, garantindo a fluidez de suas viagens internacionais.

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