Imagine um lugar na Itália que te transporta instantaneamente para as vastas e místicas paisagens do Tibete. Um cenário tão grandioso e inesperado que você se pergunta se, por um instante, atravessou continentes. Pois bem, esse lugar existe de verdade e se esconde no coração selvagem de Abruzzo: o fascinante Campo Imperatore.
Este imenso planalto, aninhado a uma altitude que pode chegar a mais de 2.000 metros no Parque Nacional do Gran Sasso e Monti della Laga, é uma maravilha geológica. Suas extensões ondulantes, pradarias sem limites e um silêncio quase palpável evocam a vastidão das terras altas asiáticas, rendendo-lhe o apelido carinhoso de “Pequeno Tibete da Itália”. É um espetáculo que poucos imaginariam encontrar tão perto de Roma, oferecendo uma beleza natural que ainda consegue nos surpreender.
Um cenário digno das telas de cinema
Mas a curiosidade não para por aí. Além de sua beleza estonteante, Campo Imperatore tem uma história secreta com o universo cinematográfico. Se você já se sentiu transportado por paisagens épicas em filmes aclamados, é bem provável que os olhos de cineastas renomados também tenham se encantado por este pedaço de paraíso italiano.
Ao longo das décadas, seus panoramas dramáticos e sua atmosfera quase intocada serviram de pano de fundo para inúmeras produções, transformando-o em um verdadeiro estúdio a céu aberto. Filmes que se tornaram clássicos, como a obra-prima medieval “O Nome da Rosa”, a fantasia romântica “Ladyhawke – O Feitiço da Águia” e o suspense “Um Homem Misterioso” (The American), com George Clooney, encontraram em Campo Imperatore o cenário perfeito para suas narrativas. A vastidão do planalto e as imponentes montanhas ao redor foram ideais para recriar ambientes medievais e de faroeste.
Não apenas isso, mas este “pequeno Tibete” também foi palco para filmes italianos icônicos, como os famosos faroestes “Lo Chiamavano Trinità” (E o Chamavam de Trinity) e “Continuavano a Chiamarlo Trinità” (Trinity Ainda é Meu Nome), estrelados por Bud Spencer e Terence Hill. Há até mesmo um painel no local em memória desses célebres atores, convidando os fãs a um selfie memorável. A diretora Liliana Cavani também utilizou o local para o filme “Milarepa”, sobre a vida do famoso iogue tibetano, reforçando a conexão de Campo Imperatore com a cultura tibetana no cinema.
Natureza selvagem e momentos inesquecíveis
Além do glamour de Hollywood, Campo Imperatore é um convite à exploração. Seu ambiente impervio e quase desértico é lar de rebanhos de cavalos selvagens, camurças e águias, que sobrevoam os céus, adicionando um toque de vida selvagem à paisagem. É um lugar onde a vastidão e o silêncio predominam, onde “parece não haver nada, mas esse nada é o todo”. Para os amantes da fotografia, cada ângulo oferece um clique espetacular, sem muito esforço.
Campo Imperatore é acessível por estrada e até por teleférico (a partir de Fonte Cerreto), tornando-o um destino de fácil acesso para famílias e amantes da natureza. É o lugar perfeito para uma jornada de relaxamento e bem-estar em meio à natureza intocada.
Curiosidades
– Apelido dado pelo viajante Fosco Maraini, nos anos 1930 .
– Abriga o antigo refúgio onde Mussolini foi mantido preso, e a histórica funivia dos anos 1930 .
Deixe-se transportar pelo silêncio, pela vastidão e pelas histórias de um Tibet… Você não acreditaria que isso é Itália: Campo Imperatore, o Cenário de Filmes Épicoste italiano — escondido, mas sempre à espera de ser descoberto.
Da próxima vez que você sonhar com paisagens que parecem saídas de outro mundo, lembre-se: não é preciso atravessar continentes. O Tibete italiano está lá, à espera, pronto para surpreender e encantar com sua beleza selvagem e sua conexão secreta com a magia do cinema. Uma prova de que a Itália, sempre, consegue ir além do óbvio.